Agora que a Matilde nasceu temos que nos desdobrar em multiplas deslocações aos mais variados sítios, e um deles (porque não temos outro regime de protecção social, temos que aguentar o que a maioria tem, o dos "pobres") é à Segurança Social, nomeadamente da nossa área de residência que
é Loures.
Pois cada vez que tenho que me deslocar a este serviço fico mais chocado e revoltado que da vez anterior. Para já, mais de metade dos seus utentes são estrangeiros (africanos, europeus de leste, brasileiros, entre outros) ou ciganos. Se queem ver ciganos é ir à Seg Social ou aos Hospitais, estão em todos. Tudo o que seja para receber ou usufruir de borla estão lá. A outra quase metade são pessoas que eectivamente são daquela área de residencia esão ou desenpregados ou reformados ou doentes. Portanto, estão a imaginar o cenário e o ar desolador que ali se encontra.
Bem, desta vez não foi o cenário encontrado que me chocou, mas sim um episódio passado no balcão das Prioridades, que por acaso era o nosso (grávidas e utentes com bébés de colo, que era o nosso caso). Uma das utentes que estava antes de nós a ser atendida era Cabo- Verdeana, recém-chegada a Portugal. Levava nos braços um bebé visivelmente mal cuidado. O irmão mais velho, aí com uns 3 anos, tinha na mão um biberão com leite que não largou durante aqueles 45min que ali esteve, ora andava pelo chao, ora andava na boca dele.
A sra não sabia ao certo o que ali estava a fazer, mas alguém a mandou lá ir. Disse qualquer coisa e a funcionário retorquiu detrás da secretária: "Já falou com a sua Assistente Social?", assim com um ar de que a mulher era obrigada a saber o que era, quanto mais ter uma! Obviamente que nem sequer percebeu o que ela queria dizer com aquilo. Mas o melhor veio a seguir. A funcionário abre a guela e pergunta para ela ouvir bem :"E vai pedir algum subsídio?".
Eu neste momento devia me ter levantado e ter dito:"Se a senhora não quiser eu posso ficar com o subsídio. Se for preciso pinto-me de outra cor, pinto a miuda também e digo que não percebo nada. É só isso que é preciso para receber guito do bolso dos que trabalham sem fazer nicles?"
Mas achei que era melhor não, primeiro porque não sou assim e depois porque o casal de ciganos que estava atrás de mim era capaz de se sentir ofendido. Eu nós sabemos que os ciganos não são gente que goste de se sentir ofendido!
Meus caros, é assim, nada mais à a dizer. Percebem porque é que a Seg Social está metade cheia de gente que ou não está doente ou não vai pagar a contribuição para a segurança social ou não está desempregado? Claro que percebem. Essa metade são pessoas que provavelmente não tiveram o apoio devido para chegarem ao nosso país e serem cidadãos activos e devidamente integrados no nosso quotidiano. Quem para cá vem deve ter os direitos e os deveres que os que cá estão têm. Não é dando subsídios que vamos "tapar" as cagadas que outros fazem, nomeadamente quem em acordos internacionais entre Estados assumem que deixam entrar nao-sei-quantos-milhares-mais de imigrantes sem assegurar a sua devida integração.
Assim, qualquer um não se importa de vir para cá! Se não tiver condições financeiras dão-lhas!
E o pior é que todos os meses entregou uma parque considerável do meu ordenado para ser gerido por estes senhores...é caso para dizer: que Deus nos acuda, que os que cá estão já vimos que não prestam..
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Há 15 anos
4 comentários:
E' o mundo que a gente ja conhece... ;)
Olá! Boa tarde. Eu também vivo no Concelho de Loures e costume fazer o mesmo tipo de reparos.Não só na
Segurança Social, como também noutros tipos de assistência,nos quais há imensa falta de coordenação.Sobre estes assuntos eu gostaria de ser mais objectiva mas neste momento estou com imensa pressa. Deixo apenas este registo como manifestação de interesse pelos assuntos do Blog e a prespectiva de participar no mesmo logo que tenha disponibilidade.
Estava eu a ler este este post,e eis que quando chego à parte em que pensou em levantar-se, ainda me passou pela cabeça que fosse para se oferecer para auxiliar a senhora que descreve e que se percebe que estava baralhada e a precisar de uma ajuda que claramente a senhora do atendi,mento não ia dar... mas não ,era simplesmente para fazer um reparo idiota, tipicamente português...é pena.
Caro anónimo,
Suponho que também seja português, pois além de escrever bem, também sabe fazer o dito "reparo idiota, tipicamente portugues". Era desnecessário.
Além de saber criticar o que certamente também não faria, escreve e não assina...
Já pensou em emigrar para um país onde não se façam reparos idiotas?
Cláudio Cortez
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