sexta-feira, fevereiro 29, 2008

As Cheias e Crescimento Sustentado

Na madrugada do passado dia 18 de Fevereiro uma valente carga de água abateu-se sobre o litoral de Portugal entre os distritos de Setubal e Lisboa.

Diziam alguns meios de cominicação social:
"As cheias na Grande Lisboa causaram esta segunda-feira um morto, cinco feridos, um desaparecido, 179 desalojados e 122 deslocados, informa o portal da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

A única vítima mortal registada até ao momento é uma mulher, ocupante de uma viatura que caiu na Ribeira de Belas, Sintra.
A outra ocupante do veículo, também mulher, continua desaparecida, estado agentes da PSP, auxiliados por cães, e bombeiros destacados nas buscas. As cheias mobilizaram no Distrito de Lisboa 296 bombeiros, 102 viaturas e três botes.

Ainda de acordo com a Autoridade Nacional de Protecção Civil, as inundações obrigaram, em Setúbal, a uma evacuação e ao encerramento de todas as escolas do Concelho, por precaução. No mesmo Distrito mas em Sines, o abastecimento de água foi cortado devido ao deslizamento de terras. Foram mobilizados para o Distrito de Setúbal 520 bombeiros e 180 veículos.

A circulação de comboios esteve parcialmente cortada, na Linha do Norte, na Póvoa de Santa Iria, entre as 08:00 e as 10h30, e no Sul, nas Praias do Sado, até meio da tarde, devido "ao excesso de água que se verificou e inundou parte das linhas e estações" sem que nenhuma estrutura ficasse afectada, segundo a Refer - Rede Ferroviária Nacional.


O Metropolitano de Lisboa também foi afectado, tendo encerrado temporariamente a estação do Jardim Zoológico devido à entrada de água pelos acessos e escadarias da gare.


Inundações em subestações e postos de transformação de electricidade levaram ao corte temporário de luz em Cascais, Lisboa e Loures. De acordo com a EDP Distribuição, só nas zonas Norte de Cascais e Avenidas Novas, em Lisboa, cerca de 20 mil clientes ficaram privados de energia até às 12h00 devido às fortes chuvadas."

Depois vieram as inevitáveis questões políticas:

" O ministro do Ambiente responsabiliza os municípios pelas inundações dsegunda-feira na região de Lisboa. Na resposta, o presidente da Câmara de Loures diz que Nunes Correia "desconhece as competências das autarquias".

Nunes Correia rejeita que o problema se coloque ao nível do ordenamento do território, apontando o dedo a falhas ao nível da limpeza dos algerozes, a cargo das autarquias.
Na resposta, o presidente da Câmara Municipal de Loures, uma das mais atingidas pelas cheias desta segunda-feira, diz que Nunes Correia nunca foi autarca e desconhece as competências das autarquias.
Carlos Teixeira acrescenta ainda que é ao Ministério do Ambiente, através do Instituto da Água, que compete a limpeza dos cursos de água.


Setúbal foi outra das zonas mais afectadas pelo mau tempo e, à Renascença, a presidente da Câmara contesta as afirmações do responsável pela pasta do Ambiente.
Maria das Dores Meira diz estar de consciência tranquila, uma vez que a autarquia procedeu a uma “limpeza muito aprofundada” de valas e coletores para tentar evitar inundações.
A presidente da Câmara de Setúbal denuncia, também, um problema grave a montante da cidade, com as ribeiras do Livramento e da Figueira, uma questão que o município tenta resolver há vários anos.
São precisas obras no valor de 10 milhões de euros e a tutela está alertada, só que o ministro do Ambiente continua a não receber os autarcas, acusa Maria das Dores Meira.

Sobre esta situação a Renascença ouviu o engenheiro de estruturas Matos e Silva, que lança uma sugestão que passa por uma coordenação estreita entre os serviços meteorológicos e as câmaras municipais."

Claro, só podia ser. Numa altura destas toda a gente culpa toda a gente. Toda a gente protesta, grita, escreve uns artigos, culpa este e o outro, ou assume as culpas. Mas e na prática? Que é feito?

A grande maioria dos envolvidos nas cheias conhece em parte as causas e as razões do sucedido, mas a esmagadora maioria dos cidadãos que apenas sabem ler e ver o que lhes é dado pelas notícias desconhece por completo a realidade. Tem uma vaga ideia, pronto. Quanto muito uma opinião, que poderá ser a certa.

Do ser humano actual já se conhece o péssimo relacionamento com tudo o que é anormal ao seu quotidiano e à sua rotina. Cheias, ciclones, terramotos ou fogos são situações em que ninguém é capaz de agir em conformidade. E porquê? É simples: nós, apesar de humanos, continuamos a ser animais, e todos os animais têm instinto de sobrevivência. Uns mais outros menos, é certo, mas todos têm. Nós humanos estamos "vacinados" contra esse instinto e temos sido habituados a uma vida urbana que nem quer ouvir falar das acções da Natureza. Quando algo de anormal acontece, o nosso organismo fica baralhado entre o que deve fazer entre reagir ao seu instinto ou ao que é racional e humano. Obviamente que vai pela segunda da-se mal. Deu-se mal a condutora da viatura que foi parar ao rio e deu-se mal o velhote que tentou salver o seu bem material ( o seu carro) da cheia. Ser racional nestas altura não ajuda nada, só prejudica.

Estas palavras podem parecer frias, cruas ou pouco perceptívies para a maioria, mas isso nem me espanta nem me importa muito. Hoje todos temos consciência que temos consequências boas e más dos actos e decisões que tomamos. Quer queiramos ter uma mentalidade urbana e cosmopolita ou uma mentalidade de sobrevivência e rústica temos pontos a favor e contra. Cabe a cada um posicionar-se no melhor local possível.

E o que isto tem a ver com as cheias? Simples. Pareciam baratas tontas. Houve de tudo. Culpados e castigados a ajudarem-se mutuamente. Os culpados são os nossos dirigentes políticos, quem durante décadas e décadas construíu e mandou construir as edificações que hoje temos, nomeadamente desde a segunda metade do sec XX, e os que por ignorância ou por falta de outras hipóteses foram viver e trabalhar para os pontos críticos, leitos de cheia e zonas baixas facilmente inundáveis. Castigados são os bombeiros e todos os que sem culpa nenhuma foram apanhados nas cheias e suaram para minimizar as consequências.

O ordenamento do território é péssimo hoje, eu sempre odiei cidades e o urbanismo baseado em prédios, urbanizações e caixas de betão. Percebem agora porquê? Porque não há planeamento, não há um Crescimento Sustentável.

Ah, e tal, repudiam os rudes das aldeias e as habitações antigas sem conforto, mas digam lá se viram casas antigas inundadas pelas cheias, viram? Claro que não, é que até à 50 anos para trás havia muito tempo para pensar e agir, nomeadamente quando se construia uma casa. Pensava-se em tudo o que podia acontecer, e havia tempo para ver e saber se aquele local era seguro, demoravam-se muitos anos a planear e fazer uma casa mesmo pequena que fosse, assim como as estradas e ruas. E hoje, como é? Os "estragos" da Idade do Betão infelizmente não se fazem só sentir na construção de casas, também na construção de diques, açudes e valas para encaminhar a água. Tudo isto é construído com cálculos matemáticos elaboradíssimos, mas sempre com valores máximos admissíveis. Tudo o que vier para além disso não é calculado.
Foi o que aconteceu na madrugada do dia 18. Choveu muito, e quem não estava preparado sofreu as consequências. O pior é que ainda por cima por cá esquece-se rápido. Isto foi numa segunda feita e no sábado seguinte o futebol tinha que continuar a jogar-se nos estádios, as passereles e as discotecas tinham que estar um brinco e cheias de gente que bebe para esquecer e as revistas da treta (côr de rosa e afins) tinham que continuar a ser vendidas e lidas ( como se a homossexualidade do Castelo Branco interessasse para alguma coisa).


Percebem o que quero dizer?


Ficam algumas imagens das cheias no centro da Cidade de Loures:

A Segurança Social de Loures

Agora que a Matilde nasceu temos que nos desdobrar em multiplas deslocações aos mais variados sítios, e um deles (porque não temos outro regime de protecção social, temos que aguentar o que a maioria tem, o dos "pobres") é à Segurança Social, nomeadamente da nossa área de residência que
é Loures.

Pois cada vez que tenho que me deslocar a este serviço fico mais chocado e revoltado que da vez anterior. Para já, mais de metade dos seus utentes são estrangeiros (africanos, europeus de leste, brasileiros, entre outros) ou ciganos. Se queem ver ciganos é ir à Seg Social ou aos Hospitais, estão em todos. Tudo o que seja para receber ou usufruir de borla estão lá. A outra quase metade são pessoas que eectivamente são daquela área de residencia esão ou desenpregados ou reformados ou doentes. Portanto, estão a imaginar o cenário e o ar desolador que ali se encontra.

Bem, desta vez não foi o cenário encontrado que me chocou, mas sim um episódio passado no balcão das Prioridades, que por acaso era o nosso (grávidas e utentes com bébés de colo, que era o nosso caso). Uma das utentes que estava antes de nós a ser atendida era Cabo- Verdeana, recém-chegada a Portugal. Levava nos braços um bebé visivelmente mal cuidado. O irmão mais velho, aí com uns 3 anos, tinha na mão um biberão com leite que não largou durante aqueles 45min que ali esteve, ora andava pelo chao, ora andava na boca dele.
A sra não sabia ao certo o que ali estava a fazer, mas alguém a mandou lá ir. Disse qualquer coisa e a funcionário retorquiu detrás da secretária: "Já falou com a sua Assistente Social?", assim com um ar de que a mulher era obrigada a saber o que era, quanto mais ter uma! Obviamente que nem sequer percebeu o que ela queria dizer com aquilo. Mas o melhor veio a seguir. A funcionário abre a guela e pergunta para ela ouvir bem :"E vai pedir algum subsídio?".

Eu neste momento devia me ter levantado e ter dito:"Se a senhora não quiser eu posso ficar com o subsídio. Se for preciso pinto-me de outra cor, pinto a miuda também e digo que não percebo nada. É só isso que é preciso para receber guito do bolso dos que trabalham sem fazer nicles?"
Mas achei que era melhor não, primeiro porque não sou assim e depois porque o casal de ciganos que estava atrás de mim era capaz de se sentir ofendido. Eu nós sabemos que os ciganos não são gente que goste de se sentir ofendido!

Meus caros, é assim, nada mais à a dizer. Percebem porque é que a Seg Social está metade cheia de gente que ou não está doente ou não vai pagar a contribuição para a segurança social ou não está desempregado? Claro que percebem. Essa metade são pessoas que provavelmente não tiveram o apoio devido para chegarem ao nosso país e serem cidadãos activos e devidamente integrados no nosso quotidiano. Quem para cá vem deve ter os direitos e os deveres que os que cá estão têm. Não é dando subsídios que vamos "tapar" as cagadas que outros fazem, nomeadamente quem em acordos internacionais entre Estados assumem que deixam entrar nao-sei-quantos-milhares-mais de imigrantes sem assegurar a sua devida integração.

Assim, qualquer um não se importa de vir para cá! Se não tiver condições financeiras dão-lhas!
E o pior é que todos os meses entregou uma parque considerável do meu ordenado para ser gerido por estes senhores...é caso para dizer: que Deus nos acuda, que os que cá estão já vimos que não prestam..

Cães...ou donos perigosos?!?

Ontem mais uma vez foi notícia um Pitbull que arrancou um dedo a uma criança que com ele brincava.

Nada disto é novo e infelizmente repete-se com demasiada frequência para ser levado de ânimo leve e sem tomarmos medidas. Sim, tomarmos medidas todos, porque só assim conseguiremos que algo mude.

Não sou extremista que os cães de raças consideradas perigosas (inclusivé em Decreto-Lei) devessem ser eliminados ou proibidos, mas também não sou pessoa de viver para salvar todo e qualquer animal que esteje vivo, como acontece a quem tem dezenas de cães e gatos em casa, ou ando a mandar spam e mais spam a oferecer cachorrinhos, gatinhos e afins.
No entanto, não entendo porque é que se continuam a perpetuar estas modas, manias e pancas de que ter um cão dito "perigoso" faz do seu proprietário um ser superior e capaz de enfrentar tudo e todos. Provavelmente num determinado episódio da sua vida terá que enfrentar o seu próprio cão, que em tempos acarinhou e provavelmente pagou para o ter.

Assim como há esta moda há outras também graves, como o Tunning ou os telemóveis, todas elas reflexo da sociedade altamente influenciável que hoje temos no nosso país. E o que mais me preocupa é que são os mais jovens os que mais estão a demonstrar essa faceta! Mas um dia talvez escreva sobre isto...num dia que provavelmente esteje irritado, como agora estou com esta questão dos cães.

Na minha opinião muitas pessoas que têm animais domésticos simplesmente não os deviam ter, porque basicamente não têm condições para os ter. E que as tem, ou tem poder de compra, ou nao tem e trata os animais com algum desprezo.

Irrita-me sair de casa para ir a qualquer lado, minimamente arranjado, entro no elevador e quando estou a descer ele pára, e já ouço as unhas dos ditos a arranhar a porta. Assim que esta abre entram que nem loucos, não respeitando quem já lá vai dentro, saltando para a roupa, babando-se e roçando-se sem qualquer repreendimento do seu dono. Ah, claro, o repreendimento é para o dono, pois ele já que tem animais num prédio devia respeitar os outros condóminos e no m+inimo andar com eles presos. Já para não falar com o habitual xixi no chão do elevador que depois ninguém fez, para além do cócozito no passeio...mas tudo bem! Não tenciono entrar na casa de pessoas assim, pois as experiências que já tive foram...más, muito más.


Senhores Pintas & Afins, podem estar certos que não vou tolerar a vossa ignorância e falta de respeito, quer com os animais (que não são menos que nós para sermos seus "donos") quer comigo. Se os têm, assumam os deveres e as consequências dos seus actos. Senão quem passa a andar de trela são os senhores!!

Ganda MOCA!!!

Sabem que eu nuca fui muito de drogas...pelo menos daquelas banais (o caniçal é outra história!)... mas hoje durante a manhã quando estava no trabalho (na EXPO), senti uma "ligeira" moca. E sabem porquê?

(Uns aplaudirão, outros dirão que foi um crime!)

A PJ incinerou hoje na central incineradora de S.João da Talha (na zona oriental do concelho de Loures, junto ao Tejo, 2km a norte da Expo) nada mais nada menos que 12 Toneladas de Haxixe (na sua maioria) e pequenas quantidades de Liamba, Ópio e Cocaína.

Ora, estão a imaginar que uma incineradora queima, e se queima faz fumo, e o que acontece quando se inala o fumo provocado pela queima do haxixe? Pois é...:)

(Na verdade isto da moca foi pura ficção (a incineradora está devidamente protejida com filtros de partículas), mas de facto ouvi hoje nas notícias esta pérola. Ainda andei a espreitar para ver se via os agarrados a caminho do IC2, mas não, não dei por nada...)

A Matilde nasceu!!

Passavam 23h e 49m do dia 15 de Fevereiro quando a Matilde nasceu, com 3.196Kg e 48cm.

Depois de 9 meses de espera finalmente a nossa filhota conheceu os pais. Na data marcada, a mãe começou a sentir os primeiros sinais por volta das 21.30h, com contracções de 15 em 15min, que rapidamente aumentaram de frequência. Por volta das 10.45h, já com algumas dores, saímos de casa em direcção ao Hospital Dona Estefânea, onde depois de vista e de se verificar que a dilatação estava completa a mãe seguiu para a sala de parto, onde o pai entrou para assistir.

Depois de iniciado o trabalho de parto em menos de 15min ela estava nas mãos dos médicos que impecavelmente acompanharam todo o parto (sendo dois deles espanhóis, até parece que os "nossos" não sabem fazer partos..).
Correu tudo bem, também devido à experiência da mãe, sem complicações. Depois de duas horas no recobro, subiram à cama onde iriam ficar até dia 18. E foi nessa altura que vieram mãe e filha para casa.

Agora, são as noites mal dormidas, os choros de fome, mama, muda de fraldas, banhos, ida ao centro de saúde, vacinas, etc etc etc. Enfim, um mundo! Um mundo novo, mas muito interessante!

Não há palavras para descrever a sensação sentida! É algo que só passando por tal podemos dar o devido valor. Vale a pena, não tenham receio!:)

Aqui fica uma foto dela, a primeira com os olhos abertos, cerca de 40h depois de ter nascido:


















Agora, só me falta escrever o livro! Já tenho um filho e já plantei algumas árvores..